Apesar da conquista da Lei Maria da Penha a realidade da mulher ainda não mudou. Diariamente casos de feminicídio e agressão contra a mulher são veiculados na imprensa. De acordo com o Mapa da Violência de 2015, entre 1980 e 2013, 106.093 mulheres foram vítimas de homicídio, o número passou de 1.353 mulheres em 1980, para 4.762 em 2013, um aumento de 252%.
O homicídio feminino tem maior incidência na faixa de 18 a 30 anos, em sua maioria as vítimas são mulheres negras. Os locais mais frequentes são na rua (31,2%) e o mais assustador, no domicílio da vítima (27,1%). Os meios utilizados são estrangulamento, sufocação, objeto cortante/penetrante e por arma de fogo, geralmente motivados por ódio ou por motivos fúteis e banais.
Em agosto deste ano, a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) completou 10 anos e sua criação se deu a partir da história de Maria da Penha. Depois de sofrer duas tentativas de assassinato por seu marido, a biofarmacêutica ficou paraplégica. A luta desta mulher foi um divisor de águas chamando a atenção da sociedade para a violência doméstica e para a necessidade de o Estado construir políticas públicas para a mulher. Porém, ainda não é suficiente para diminuir os casos de homicídio e agressão que tem aumentado de forma preocupante. Precisamos lutar para que a Lei Maria da Penha receba investimento público suficiente para que seja implementada em sua integralidade.
No dia 10 de outubro, Dia Nacional de Luta contra a violência à mulher, a FASUBRA Sindical reforça a luta contra todo e qualquer tipo de violência, especialmente contra as mulheres. Por isso, incentiva ações que promovam o diálogo dentro das instituições federais e estaduais de ensino superior sobre a mulher e o seu papel na sociedade com o objetivo de estimular, cada vez mais, a participação das mulheres na militância e na gestão dos sindicatos, da própria Federação e nos espaços de poder.
Confira as diversas formas de violência contra a mulher:
Violência emocional - humilhar, xingar e diminuir a autoestima;
Violência psicológica - tirar a liberdade de crença;
Gaslighting - abuso mental que consiste em distorcer os fatos e omitir situações para deixar a vítima em dúvida sobre a sua memória e sanidade. Ou seja, fazer a mulher achar que está ficando louca.
Controlar e oprimir a mulher - comportamento obsessivo do homem sobre a mulher, como querer controlar o que ela faz, não deixá-la sair, isolar sua família e amigos ou procurar mensagens no celular ou e-mail.
Violência moral - expor a vida íntima do casal para outros, como por exemplo vazar fotos íntimas nas redes sociais como forma de vingança.
Violência física - atirar objetos, sacudir e apertar os braços com a intenção de machucar, sacudir e segurar com força uma mulher.
Violência sexual - forçar atos sexuais desconfortáveis, ou que causam repulsa, como a realização de fetiches, também é violência.
Impedir a mulher de prevenir a gravidez ou obrigá-la a abortar
Violência patrimonial - controlar o dinheiro ou reter documentos de uma mulher contra a sua vontade, assim como guardar documentos pessoais da mulher. Quebrar objetos da mulher.
FASUBRA Sindical “... da luta eu não fujo.” Margarida Maria Alves
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