O Dia Internacional da Mulher mobiliza as mulheres em todo o mundo desde o ano de 1910. Nesse dia, as mulheres ocupam as ruas para lutar por conquistas e combater os retrocessos e perdas de direitos. Infelizmente, vemos a cada ano que a data foi banalizada pelo capitalismo, virou dia de mulher receber uma rosa e ouvir um "parabéns por ser mulher", com mensagens que reforçam os estereótipos de beleza, doçura, sensibilidade, pureza, maternidade, etc., padrões esses que subjugam as habilidades e possibilidades da mulher, limitando sua atuação no lar, marido e filhos. Mulheres não são flores de estufa, não são frágeis, não são feitas para serem subservientes, mulheres são fortes, dignas e capazes de realizar qualquer tarefa que se propuserem!
Vivemos sob uma falsa noção de empoderamento das mulheres, pois a ideologia pregada é a de que não existe opressão, que a Justiça é igualitária e todos têm as mesmas oportunidades e possibilidades, o que sabemos, é falso. Não basta ser mulher, tem que governar para a classe trabalhadora, é necessário que os trabalhadores entendam que apenas a união e organização política podem contribuir, de fato, para o avanço que tanto almejam.
A FASUBRA comemora este Dia Internacional da Mulher sem esquecer por um minuto que todo dia é dia de lutar por um mundo melhor. Lutar para que a Lei Maria da Penha seja efetivamente implantada, com centros de referência, casas abrigo, delegacias de mulheres, juizados especializados. Lutar contra a Reforma do Código Penal, que quer extinguir o parágrafo 9º do artigo 129, estabelecendo medidas alternativas e penas mais brandas para os agressores, colocando a violência doméstica no rol de crimes menos ofensivos. Lutar pelo direito às creches públicas, gratuitas e de qualidade, para que as trabalhadoras possam ter tranqüilidade no seu emprego e até mesmo possam entrar no mercado de trabalho, visto que muitas não têm sequer com quem deixar os filhos, por vezes se colocando em situações de risco por não ter estabilidade financeira.
Denunciar as situações de violência, seja a violência física e psicológica, seja a violência institucional cometida pelo Estado em suas várias dimensões.
A luta contra o machismo é de todos.
Reconhecemos os avanços conquistados pela luta das mulheres, mas temos no horizonte ainda muito pelo que lutar. Para sermos vitoriosas, é preciso compromisso com nossas bandeiras históricas. Estamos em luta diária contra a violência sexista, pela legalização do aborto, valorização do nosso trabalho e estamos solidárias às lutas anticapitalistas e anti-imperialistas travadas no Brasil e no mundo.
Por isso, neste Dia Internacional de Luta das Mulheres, convocamos todas e todos aqueles(as) que defendem uma sociedade mais justa e igualitária, sem opressão e exploração, a se somarem a nossa luta. Ainda há muito que conquistar!
Coordenação da Mulher Trabalhadora da Fasubra Sindical