A campanha contra o câncer de mama há 15 anos ganhou espaço no Brasil e a FASUBRA Sindical tem apoiado a causa. Mas, a Federação também reivindica a manutenção do Sistema Único de Saúde (SUS), público e gratuito. E o desafio atual dos trabalhadores técnico-administrativos em educação é combater a mercantilização da saúde após a entrada de empresas multinacionais no setor.
Após a abertura de capital estrangeiro, a financeirização da saúde permitiu que clínicas e hospitais ampliem seus negócios com financiamento estrangeiro e abertura de ações na bolsa de valores. A Lei Federal 13.097/15 é uma exceção ao artigo 199 da Constituição, que veda a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde.
Para a saúde pública brasileira, resta o abandono do Sistema Único de Saúde (SUS) pelo governo federal, denunciado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) por meio de um dossiê de 15 mil páginas, entregue ao Ministério da Saúde em 2016. Baseado em dados da Controladoria-Geral da União (CGU), o CFM constatou que o Brasil investe pouco em saúde pública em comparação com países que adotam o atendimento público, universal e gratuito, 44% a menos de recursos no orçamento. Nos últimos 14 anos, as distorções ou uso irregular de recursos públicos na saúde chegaram a 15,9 bilhões.
Enquanto o mesmo governo destina maiores recursos para o gasto privado com saúde e menos para o serviço público, as mulheres de baixa renda encontram dificuldades em realizar exames preventivos ou iniciar o tratamento oncológico na rede pública, assim que é diagnosticada. O tratamento tardio reduz as chances de cura das pacientes.
Há a Lei dos Sessenta Dias que determina o início do tratamento em dois meses, porém na prática, não ocorre assim. De acordo com dados do Sistema de Informação do Câncer (Siscan) do Ministério da Saúde, quatro em cada 10 casos esperam mais que dois meses. (OSul)
O corte de orçamentos do governo federal por meio da Emenda Constitucional nº 95 de 2016 que congela durante 20 anos os investimentos em políticas públicas, complica ainda mais a situação. Nos hospitais universitários a falta de materiais, insumos básicos, medicamentos e funcionários são recorrentes. Além da precarização, há um abismo criado por diversos regimes contratuais dentro dos hospitais desencadeando uma convivência fratricida, que piora o ambiente de trabalho e a convivência entre os trabalhadores.
O combate ao câncer de mama deve continuar, assim como a defesa de uma saúde pública, gratuita e de qualidade, para garantir o atendimento à população brasileira.
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