Ao longo das últimas décadas a mulher brasileira avançou muito na conquista de seus direitos. Ela lutou e conseguiu espaço significativo na sociedade e principalmente no mercado de trabalho. Entretanto, lamentavelmente, ainda é preciso avançar muito para que se faça justiça com as profissionais femininas que continuam sofrendo discriminação no mercado de trabalho, e o que é ainda pior, continuam ganhando menos que os homens.
Essas são algumas conclusões do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e Institutos Federais de Educação de Mato Grosso do Sul – SISTA-MS, entidade que defende, entre outras bandeiras, os interesses de centenas de mulheres de todos os níveis de escolaridade, ligadas à educação da UFMS e institutos federais de educação.
“Não há como negar que houve sim um grande avanço ao longo das últimas décadas. Mas, precisamos ainda evoluir muito mais, pois enfrentamos problemas diversos como diferenças salariais entre homens e mulheres exercendo a mesma função(os homens ganham mais); Nos processos de seleção de empregados nós perdemos e como se não bastasse, veio a reforma trabalhista que penalizou ainda mais a mulher no mercado de trabalho”, afirma Cleo Gomes, coordenadora geral do Sista-MS.
“A mulher negra sofre ainda mais discriminação, tanto socialmente como profissionalmente”, afirma Maria Aparecida Franco Oshiro, coordenadora de Formação Sindical e Educação, do Sista-MS.
Como ponto bastante positivo, segundo a coordenadora, a facilidade da mulher estudar, nos tempos de hoje, representa um grande avanço. Vale citar que as mulheres estão fazendo muito bom uso desse direito, pois no Brasil elas são maioria nas universidades e isso, breve, fará grande diferença no mercado de trabalho onde elas já alcançaram elevados cargos na presidência de empresas, por exemplo, que antes eram ocupadas exclusivamente pelos homens.
Da mesma forma elas também passaram a exercer funções que também eram exclusividade dos homens e graças à sua competência e facilidade de aprender e executar serviços, ganham cada vez mais destaques em tudo o que fazem.
“As mulheres têm que estar em todos os lugares e exercer toda e qualquer profissão”afirma Ana Maria Aparecida, Coordenadora de políticas sociais do sindicato. Segundo ela, “o campo está aí! Só temos que avançar!”
MULHERES NA POLÍTICA – Cleo Gomes, afirma também que o campo político é outro que precisa ser mais ocupado pelas mulheres em todo o Brasil. “Hoje as mulheres não ocupam sequer 10% desse setor. Na Câmara dos Deputados, Senado e nas assembleias legislativas e câmaras de vereadores, as mulheres são minoria e precisam trabalhar para reverter esse quadro e ocuparem os lugares tanto quanto os homens”,afirma.
Cleo Gomes lamenta que as próprias mulheres não votam nas mulheres. A maioria prefere votar nos homens. Ela afirma que reverter esses votos, para as mulheres, seria uma forma de luta pelos direitos da mulher na sociedade. “A mulher precisa se conscientizar que é preciso unir forças em todas as circunstâncias para que tenhamos amanhã igualdade plena com os homens”, afirma.
VIOLÊNCIA – Os crescentes casos de violência contra as mulheres, principalmente dentro dos próprios lares, preocupa a direção do Sista-MS que insiste na necessidade de todos se empenharem em fazer um trabalho de educação e conscientização da mulher a não permanecer omissa quando se tornar vítima de violência dentro do próprio lar.
“A Mulher precisa denunciar todo e qualquer ato de violência que venha sofrer quer no mercado de trabalho ou no lar”, afirma Diana Passos, coordenadora de Comunicação do sindicato.
Ana Maria da Silva reforça: “A omissão da mulher em denunciar é um estímulo ao aumento da violência contra ela mesmo”, afirma.
E para mudar e melhorar as coisas para as mulheres, em todos os ambientes, a própria mulher é que tem que ir à luta. Ela precisa somar força com entidades como o Sista-MS e tantos outros organismos de luta e defesa dos interesses das mulheres. Somente assim, de forma firme e organizada, a mulher vai conseguir avançar cada vez mais até conseguir seus plenos e legítimos direitos na sociedade.