BASTA NO HU: TRABALHADORES DA NUTRIÇÃO SE REVOLTAM COM MÁS CONDIÇÕES DE TRABALHO

Os trabalhadores do setor de Nutrição do Hospital Universitário da Universidade Federal de MS (UFMS) não aceitam mais trabalhar numa tenda improvisada, que molha dentro quando chove, é quente nos dias de sol e gelada quando são dias de frio. “Quando é frio o local fica um gelo e no verão o calor é de derreter e coloca em risco até a sanidade dos alimentos, isto sem falar no terror quando chove e alaga tudo aqui dentro”, afirma um dos trabalhadores da Nutrição.

Na manhã desta segunda-feira (22), eles se reuniram com a coordenação do SISTA/MS sob a tenda gelada e, com o apoio do sindicato, anunciaram que não vão mais aceitar a condição de sofrimento a que estão submetidos.

 Trabalhadores ficaram um bom tempo transitando com carrinhos de alimentos sob sol e chuva, pois a a lona que ligava a tenda aos leitos simplesmente caiu

Tremendo de frio, os trabalhadores e trabalhadoras do local expressaram a revolta com o descaso da direção do hospital e, consequentemente, da administração central da universidade. “Exigimos o mínimo de dignidade”, afirmaram os trabalhadores.

Eles reclamam que foram “jogados” dentro de uma tenda nem fevereiro do ano passado, com o argumento que a situação seria provisória até a reforma do prédio da Nutrição. Ocorre que, ao término da reforma que demorou mais um ano, eles tiveram a grande surpresa: o ex-diretor que foi afastado por conta da operação Sangue Frio da Polícia Federal, anunciará que a Nutrição iria abrigar o PAM (Posto de Atendimento Médico).

 Adhemar Vilela, da coordenação estadual do SISTA/MS, dentro da tenda com os trabalhadores da Nutrição 

A maior revolta dos trabalhadores da Nutrição do HU é quanto a situação atual. Enquanto os organismos de controle e de repressão – no caso da Polícia Federal – apontam os indícios de desvio de dinheiro em obras e prestação de serviço internamente, eles continuam sem as mínimas condições de trabalho. “Enquanto estão sendo apontados desvios de milhões de reais, somos obrigados a trabalhar quase que sem condições”, atestou um filiado do sindicato.

Durante a reunião da direção do sindicato com os trabalhadores do setor de Nutrição do HU, a direção técnica do hospital apareceu para tentar acalmar os ânimos. A promessa é que os trabalhadores seriam alojados em outro espaço, com condição de trabalho mais humanas. No entanto, descartou a Nutrição de voltar para seu prédio, alegando que foram colocados tubos de gás nas instalações que antes manipulava alimentos.

O coordenador geral do SISTA/MS, Adhemar Villa Moreira aproveitou a presença da direção técnica do hospital e fez uma ligeira reunião com a médica responsável. Ele relatou o estado de revolta da categoria e disse que, caso não fosse resolvido de imediato o problema de condições de trabalho, não descartaria até uma paralisação dos trabalhadores do setor.