18 de Junho de 2013 às 09:45

Coordenadora do Conselho Gestor do HU/UFMS teme perder cargo depois de declarações na CPI

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Silmar revelou que pode perder o cargo e corre risco de vida com denúncias (Foto: Marcos Erminio)
A coordenadora do setor de radioterapia e presidente do conselho gestor do HU (Hospital Universitário), Silmar de Fátima Lima, ressaltou que se for expor todas as informações sobre o setor de oncologia do hospital poderá perder o cargo e ainda colocar sua vida em risco. “Melhor uma conselheira viva do que morta, tenho conhecimento profundo sobre o HU, mas não posso revelar”, afirmou ela.
Silmara descreveu a cronologia histórica desta situação aos integrantes da CPI da Saúde, segunda-feira (17) de manhã na Câmara de Vereadores de Campo Grande. Ela levou uma série de documentos para facilitar o entendimento dos membros da comissão. “Em 2005, o setor de oncologia estava em perfeitas condições até que foi firmado um convênio entre UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e a Fundação Carmem Prudente”, iniciou a apresentação.
De acordo com a coordenadora, a radioterapia e quimioterapia funcionaram de 2007 a 2009, porém em outubro de 2008, algumas ações começaram a mudar este quadro. “Quando voltei de férias percebei que pacientes estavam sendo repassados para outros lugares, apesar do setor estar funcionando bem no hospital”. Depois desta situação, em março de 2009 foi montada uma comissão de estudos de radioterapia do HU, seguido em junho por um acordo de cooperação com o INCA (Instituto Nacional de Câncer).
Em agosto de 2009, foi o período em que houve a substituição na direção do hospital, pelo médico José Carlos Dorsa. “Depois houve um declínio que culminou no fim das atividades”, declarou. Silmara revelou que somente em março de 2013 foi convidada pelo diretor (Dorsa) para assumir a coordenação de radioterapia. “Agora estou envolvida em toda esta situação, porém acredito que posso perder meu emprego por conta destas declarações”, enfatizou.
Conselho – A conselheira explicou que o conselho gestor nunca teve um papel efetivo nas ações do hospital, apenas era informada dos atos e responsável pela fiscalização. “Quem tomava as decisões era a Câmara Técnica, que tinha representantes da gestão estadual, municipal e local. Ela roubou o espaço que pertencia ao conselho”, afirmou.
Silmara ressaltou que o setor voltou a funcionar em 2013, após dois médicos terem sido convocados, e deixou de funcionar em abril depois da visita da Força Tarefa. O hospital já comprou os “dosímetros”, que medem a porcentagem de radiação que os pacientes estão expostos, e agora espera que o serviço possa retornar nesta semana. “Queremos apenas que os 29 pacientes voltem a receber o tratamento”. 
“Estamos tentando reverter a situação para que serviço volte a funcionar, mas é só Deus na causa”
A presidente do Conselho Gestor do Hospital Universitário, Silmara Fátima Lima, iniciou depoimento da CPI da Saúde da Câmara Municipal de Campo Grande, fazendo ataque aos vereadores. Na hora de se apresentar, ela pediu permissão para ler um e-mail que escreveu à outra gestora. No texto, Silmara afirmou que “os parlamentares estão pegando carona (na investigação) para resguardar ou acusar as administrações anteriores”.
Ainda durante a leitura, ela fez algumas resalvas e demonstrou não ter gostado da convocação para participar da CPI. “A responsabilidade do que ocorreu não é nossa. O Ministério Público Federal e a Polícia Federal são os responsáveis por determinar de quem é a culpa”, disse. Em relação à paralisação no atendimento do setor de oncologia do HU, em 2005, Silmara deu explicações.
“Foi uma decisão da administração do HU e não nossa. O conselho não tinha obrigação de investigar este suposto crime. A oncologia nunca deveria ter saído do HU. Estamos tentando reverter à situação para que serviço volte a funcionar, mas é só Deus na causa”, afirmou a presidente ao finalizar o discurso de apresentação.
A conselheira Cleonice Alves, pessoa que recebeu o e-mail lido e escrito pela presidente, não pode comparecer à oitiva, mas mandou dizer que o conselho não teve acesso as decisões, inclusive a de findar o atendimento ontológico na unidade hospitalar.
(Fonte: campograndenews de 17.06.2013)


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