2 de Março de 2023 às 08:16

Dia da Mulher: Entrevista com a Secretária, Assistente do Pró-reitor, na Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Esporte da UFMS, Marcia Cristina Gonçalves Freitas, filiada do SISTA-MS.

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Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, o SISTA-MS está entrevistando as mulheres guerreiras filiadas ao nosso Sindicato que lutaram e conquistaram seu espaço no mercado de trabalho.

❇️ Hoje, entrevistamos a Secretária, Assistente do Pró-reitor, na Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Esporte da UFMS, Marcia Cristina Gonçalves Freitas, filiada do SISTA-MS.

SISTA-MS – Há quanto tempo trabalha na UFMS?
Marcia Cristina Gonçalves Freitas – Trabalho na UFMS desde 1 de novembro de 1994, quase 29 anos. Entrei aqui por Concurso Público, na vaga de Auxiliar em Administração, porque na época eu ainda não tinha completado o ensino médio, estava atrasada com minha educação formal, considerando a idade.

SISTA-MS – Pelo fato de ser mulher e do movimento sindical, quais foram suas dificuldades?
Marcia Cristina Gonçalves Freitas – Estando na UFMS há quase 29 anos, posso afirmar que hoje me sinto mais tranquila com relação a vários aspectos, do que há alguns anos atrás. Entrei aqui muito nova, mal tinha completado 21 anos, fui objetificada e sub-valorizada em diversos momentos.
Mesmo sendo do movimento sindical, isso não me blindou. Pelo contrário, me expôs mais em várias situações. Sempre houve um ou outro colega que se achava no direito de questionar minha participação no movimento, apenas pelo fato de eu ser mulher. Digo isso não com vitimismo, de forma alguma, mas como forma de pontuar realidades, a de anos atrás e a que vivencio hoje.

SISTA-MS – Quais as principais barreiras que enfrentou?
Marcia Cristina Gonçalves Freitas – Quando mais jovem, por ter tido uma criação muito voltada para o "dar certo na vida", eu era muito insegura. Entrei na UFMS sem o ensino médio completo, imagina trabalhar em uma Universidade sem ter o ensino médio completo, isso era, ainda que veladamente, uma barreira.

 SISTA-MS – O que o movimento sindical te ensinou?
Marcia Cristina Gonçalves Freitas – Participar do Grupo de Trabalho da Carreira, no SISTA-MS e na Fasubra foi um divisor de águas para mim. Passei a compreender não só meu papel enquanto mulher trabalhadora na área da educação, mas sim, compreender que eu devia me apropriar do debate. E isso eu resolvi fazer estudando. Graduei em Processos Gerenciais, pois fui da área de compras/licitação por vários anos. Depois, consegui uma vaga no mestrado e escolhi a área de Comunicação, por entender que hoje, estando na área em que atuo, devo estar apta ao diálogo que esta área precisa.

SISTA-MS – O que mudou durante esses anos?
Marcia Cristina Gonçalves Freitas – Sinto que os desafios mudaram, não posso afirmar ao certo se são menos duros, difíceis, mas mudaram.

 

SISTA-MS – Como conciliou a maternidade, o trabalho e o movimento sindical?
Marcia Cristina Gonçalves Freitas – Participei ativamente do movimento sindical até os 5 anos de meu filho. A partir daí, escolhi viver plenamente meu papel de mãe. Sou mãe solo e fui por muito tempo a única pessoa responsável por minha mãe (hoje falecida) e meu filho. Então eu tive que fazer uma escolha e fiz. Escolhi estar mais presente em meu lar e vivenciar o dia a dia do trabalho, uma vez que havia vivenciado 9 anos do movimento, contribuído de forma ativa durante o período que tive o privilégio de ser dirigente local e nacional, acreditei ser o momento de trazer para a base o que eu havia apreendido no período ativo na militância.

SISTA-MS – A vitória e um orgulho:
Marcia Cristina Gonçalves Freitas – Não acredito que precisamos deixar de fazer algo para fazer outra coisa melhor, não é isso. Apenas achei melhor, diante de minha realidade, a escolha que fiz. E sinceramente, não me arrependo. Meu filho hoje é um jovem universitário, esta aqui na UFMS, em audiovisual, ele vem do ensino público, e isso para mim é motivo de vitória e orgulho e também um debate que eu faço sempre questão de participar, o valor e a qualidade do ensino público, gratuito e como defendemos em nossas IFES, de qualidade social.

SISTA-MS – Os desafios:
Marcia Cristina Gonçalves Freitas – Pensando sobre desafios, acredito que, estando em uma sociedade como a nossa, tão economicamente desigual, estruturalmente machista e misógina, ainda que tenhamos avanços em algumas áreas, eles não são suficientes para garantir uma vida plenamente equânime entre nós, mulheres e homens trabalhadores.
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