10 de Março de 2015 às 08:52

Ex-presidente Maria Rita saiu da Paraíba para ser reconhecida em vida no SISTA

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Maria Rita ladeada por Geraldo Rodrigues (Coordenação Geral) e Sônia Wolff (Coordenação de Políticas Sociais)
Três mil e duzentos quilômetros. Esta é a distância entre Campo Grande, capital do MS, e João Pessoa, capital da Paraíba. E é lá onde mora a agora aposentada da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).Maria Rita de Toledo, que presidiu o SISTA nos primeiros anos de sua fundação. 
 Ela esteve na sede do sindicato no final do ano passado (27 de novembro) e foi recebida com carinho pelos companheiros de luta e também amigos que conquistou durante o tempo que permaneceu na UFMS. Ritinha, como é carinhosamente chamada pelos amigos, chegou um dia antes, a tempo de participar da reunião preparatória da assembléia. Foi recebida com festa e admiração, fato que a comoveu profundamente.

 Para quem não sabe, foi em sua gestão que foi adquirido terreno e edificado os primeiros metros da atual e imponente sede do SISTA/MS. 
Na entrevista abaixo, ela fala de sua trajetória de  lutas.

E N T R E V I S T A

PERGUNTA - Como foi rever amigos e companheiros do MS, na sede do sindicato que você ajudou a construir?
REPOSTA - O meu retorno ao SISTA depois de tanto tempo foi emocionante, rever os amigos de muitos anos, poder conversar com eles e ver que o carinho continua o mesmo não tem preço. A sede está linda e me senti orgulhosa de em nossa gestão ter adquirido terreno e construído. Não posso esquecer aqui meu companheiro de luta Agamenon, meu tesoureiro de conduta ilibada que abraçou comigo a ideia de "sairmos do terreno do patrão" e juntos fomos "buscar grana". Com uma peixada e um bingo compramos a sede e construímos. Foi uma luta. Fica aqui o meu agradecimento a dona Cida (Botânica) e sua filha que junto comigo fizeram o jantar, além disso a Niversina que muito colaborou também. Éramos uma equipe pequena, mas que muito fez para conseguir este espaço tão importante para todos. Também não posso esquecer o pessoal da antiga GRM que ajudou e muito a fazer as instalações elétricas e hidráulicas, naquela época o dinheiro era curtíssimo. 

P - O que achou do reconhecimento feito pela atual direção do SISTA ao trabalho que você desenvolveu?
R - Só tenho a agradecer este reconhecimento, pois a luta sindical não foi fácil, e é sempre bom que reconheçam nosso trabalho. Quando assumimos o SISTA éramos uma chapa e depois ficamos em 4, sendo eu, Niversina, Agamenon e o Lucivaldo.  Foi muita luta, uma greve, duas negociações, enfim. Embora não compondo a nossa gestão, o Walter e o Alfredinho muito colaboraram para que a luta tivesse sucesso. Além deles, o Marcio Saravy, a Ivone Gonçalves, a Tegon, a Angela,  o Claudinei e muitos outros foram nossos colaboradores. Então ter a luta reconhecida ainda em vida é gratificante, claro. E como disse ao Walter e a toda nova gestão: Gratidão pelo reconhecimento! 
P – Como você analisa o SISTA  de ontem e o de hoje?
R-  Acho que o movimento sindical evoluiu muito, e os líderes sindicais também amadureceram. Antigamente as negociações eram mais difíceis,  o governo batia duro na gente, enfrentamos grandes greves e nossa gestão passou por uma. À época, para se ganhar alguma coisa dava-se a "cara à tapa" mesmo, além do que a arrecadação era bem pequena, não se podia fazer muita coisa. Eu, por exemplo, era imatura. Se batiam em mim na assembléia eu ia para cima, isso desarticulava tudo e os "macacos velhos" do movimento sindical sabiam disso e só me provocavam. Então a presença nas assembleias foi diminuindo, até que percebemos a jogada e mudamos, as coisas melhoraram razoavelmente. Hoje as brigas entre situação e oposição, são mais contornáveis. É lógico que tem o despeitado que não aceita perder e procura tumultuar, mas a experiência dos que lá estão tira de letra este mi-mi-mi. Acho também que fica mais fácil negociar, porque os advogados já sabem mais de legislação, houve muita abertura, tem muita jurisprudência a favor do trabalhador e acho também que aprendemos a buscar nossos direitos, antes só conhecíamos nossos deveres.  Outra coisa boa: percebi que todos os que estão na gestão, estão colaborando, fazendo a sua parte, dando o melhor de si. Na assembléia estavam todos lá trabalhando, participando e isto é importante. Antigamente começava-se com dez e terminava-se com três ou quatro, por que na realidade a chapa era feita às carreiras para concorrer. 
P -  Como você avalia a assembléia realizada no dia 27 de novembro de 2014?
R - Foi muito bonito, começou com um ato Ecumênico. Não concebo a vida sem Deus, independente de que religião seja, já começou por aí, pela oração. Depois senti o amadurecimento da base que já não se deixa levar muito pela cabeça do líder, já julga por si, embora existam ainda os manipuladores. E como já disse, aqueles que não sabem perder querendo tumultuar mas, enfim,  o clima estava ótimo, muito bonito, alegre, as pessoas presentes e satisfeitas em participar. Senti o amadurecimento de toda a equipe e fiquei feliz com isso. Percebi na reunião antes da assembléia que os novos diretores romperam tradições e estão querendo mudar a forma de gerir, unindo forças, quem era oposição junto com quem não era. Isto é amadurecimento e o resultado disto foi quase 500 pessoas presentes. Espero que o SISTA acerte o rumo, e consiga o melhor para o "povo" da UFMS que eu quero tão bem. 
P - Na sua avaliação, quais são os desafios dos trabalhadores técnicos administrativos para 2015?
R - Eu acredito que, mais do que lutar por salário, teremos que lutar para manter os direitos adquiridos que estão querendo cercear. Já mudaram o sistema de aposentadoria para os que hoje estão entrando; já ouvi um zum-zum-zum de que vão mudar o sistema de pensão (quem trabalha e fica viúv@ não vai receber mais a pensão do cônjuge); e parece que estão querendo também desvincular os aumentos de nossa aposentadoria. Enfim, a coisa está ficando arrochada demais. E creio que 2015 será um ano de muitas lutas, que espero sejamos nós os vitoriosos no final.
P – Quais são suas considerações finais?
R - Chegar à sede do SISTA e ver aquele entalhe em madeira do movimento dos trabalhadores foi emocionante. Perceber que realmente um dedinho seu esteve ali mais ainda. Encontrar com velhos colegas de luta sindical  e poder abraçá-los sem nenhum rancor e com muito carinho foi outra emoção, sinal de que com o tempo a idade e com ela a maturidade chegam. Lembro que uma vez em uma discussão com o Walter eu disse; - "Eu fiz isto aqui com as minhas mãos" e ele respondeu: - Fez com suas mãos sim e com um pedaço das minhas pernas e os braços de muitos. Aqui nada se faz sozinho. E isso marcou minha trajetória de vida, nunca esqueci, não se faz nada sem a ajuda de alguém por menor que ela seja. Não se vive isolado em momento algum de nossas vidas, só somos isolados na morte, pois ninguém pode nos substituir nesta hora. O SISTA é sempre foi e será de todos os associados, todos os que foram eleitos, todos os que trabalharam nas eleições, todos os que fizeram algo em algum momento que se precisou. E todos eles merecem o nosso reconhecimento. Aprendi muito no movimento sindical, nossa gestão buscou fazer o melhor que pode à época. Só tenho a agradecer a todos os companheiros que lutaram conosco pelo nosso bem e nossa melhoria. Tenho saudades dos colegas daqui.
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