Filiada do SISTA/MS, Maria José é uma das idealizadoras da pesquisa do medicamento para autistas Surge uma nova esperança para os pais que tem filhos diagnosticados com o transtorno do espectro autista.

A pesquisa vem sendo realizada em um laboratório da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Há mais de 30 anos os pesquisadores estudam o suplemento que ajuda os pacientes com essa doença genética ainda pouco estudada.

A Fibrodisplasia ossificante progressiva, é uma doença genética rara do tecido conjuntivo, caracterizada por ossificação disseminada em tecidos moles e alterações congênitas das extremidades. Sua transmissão é autossômica dominante, com penetrância completa, mas expressão variável.
O conhecimento adquirido com a doença FOP em relação aos medicamentos anti-inflamatórios serviu como base para o medicamento para o Autismo.
Na primeira fase de testes antes da pandemia, crianças autistas participaram do projeto e metade apresentou resultados importantes.

SISTA/MS – O que é transtorno autista?
Maria José – Transtorno do Espectro Autista é uma doença que caracteriza por uma alteração do comportamento caracterizado principalmente por isolamento e rotinas repetitivas, assim foi definido por Kanner que descreveu em 1943 pela primeira vez. A doença tem como tripé: alteração de comunicação, mais importante é o atraso da fala (comunicação verbal) , comportamento hipercinético e repetitivo e isolamento social. Eles tem também grande dificuldade sensorial como intolerância a barulho e seletividade alimentar. Eles não permitem serem abraçados. Não usam qualquer roupa e não aceitam presença de estranhos.

SISTA/MS – Qual o nome deste medicamento?
Maria José – A medicação se chama AUT. Ela já está patenteada, mas segue em sigilo e nós estamos ainda continuando os estudos para poder provar inúmeras vezes que a fórmula funciona.

SISTA/MS -Como estão sendo avaliados os testes deste medicamento?
Maria José – Os resultados foram ótimos, estamos realizando um segundo estudo, mas ainda em análise. O primeiro estudo as crianças tiveram muita melhora com medicamento e comparação ao Placebo, com resultado muito significativo. Fizemos a avaliação através dos Testes das escalas de rastreio e com a dosagem de citocinas, a nível molecular do sangue.

SISTA/MS – Quem faz parte dessa pesquisa que desenvolveu o medicamento que pode dar mais qualidade de vida a pessoas com autismo?
Maria José – Quem faz parte dessa equipe sou eu, Maria José Martins Maldonado e o Doutor Durval Palhares, professor aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, que foi meu orientador de mestrado e doutorado e prof Almir Martins de Belo Horizonte.

SISTA/MS – Como surgiu a ideia de usar esse medicamento para os autistas?
Maria José – A ideia de usar a medicação para autista na verdade surgiu numa conversa com o orientador do meu doutorado, Doutor Durval Palhares.

SISTA/MS – Quando esse medicamento será lançado no mercado farmacêutico?
Maria José – Objetivo em relação ao tempo de lançamento no mercado farmacêutico é aguardar o registro da Anvisa e todos os critérios do Ministério da Saúde, onde já demos o início e acreditamos que mais uns dois anos já estejamos, se Deus quiser, sendo disponibilizado a todos, inclusive os usuários da rede SUS.

Maria José Martins Maldonado

- Formada em Medicina na UFMS em 1986
- Neuropediatria USP São Paulo- 90/91
- Eletroencefalografia na Escola Paulista de Medicina-91/92
- Título de Especialista em Pediatria- AMB/SBP, Neurologia infantil e Neurofisiologia.
- Preceptora da Residência Médica em Pediatria da UFMS desde 1994.
- Médica neuropediatria concursada Hospital Universitário desde 1994.
- MBA pela Fundação Getúlio Vargas em Cooperativa de Saúde 2004/2005.
- Conselheira fiscal Unimed 2008
- Comissão de ética Hospital Universitário 2011/2013
- Chefe serviço de Pediatria HU- 2012 a 2015.
- Diretora Hospital Universitário (Técnica/Administrativa) -julho de 2013 a outubro de 2016.
- Pôs Graduação em Gestão Pública pelo Hospital Sírio Libanês- 2015.
- Vice-presidente da AMMS- 2011/2014
- Membro Comissão científica e Ensino e Pesquisa da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil - 2010/2011,2012/2013, 2014/215, 2016/2017, 2017/2018, 2019/2020.
- Mestre em Pediatria UFMS- 2002
- Presidente AMMS- 2014/2017
- Atual presidente AMMS- 2017/2020.
- Diretora Acadêmica da Associação Médica Brasileira. Gestão 2017/2020.
⁃ Doutorado pela da UFMS 2021.
⁃ Presidente MDB mulher 2021/2022.