Coordenação do SISTA/MS, junto com outras entidades do movimento social, acompanha marcha e dá apoio solidário desde o encontro com o ministro da Justiça ao meio dia de quarta-feira (5) no Jockey Club
Centenas de homens, mulheres e crianças do campo e da cidade estão montaram acampamento no maior espaço de manifestação das ideias e ideais: A Universidade Pública. Eles integram a Marcha Pela Terra e ocuparam um espaço gramado em frente da Biblioteca Central da Universidade Federal de MS, que é símbolo do saber da instituição.
A marcha está sendo “puxada” desde o distrito de Anhandui-MS por trabalhadores rurais sem terra, povos indígenas e movimentos sociais de diversos seguimentos. Eles iniciaram a caminhada rumo a sede do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) na segunda-feira passada e devem chegar nesta sexta-feira pela manhã(6).
Marcha dos trabalhadores rurais sem terra e dos movimentos sociais tem efetiva participação dos povos indígenas de MS
A bandeira de luta dos trabalhadores é a imediata demarcação de terras para fins de reforma agrária e assentamento dos povos indígenas. É que já que existem laudos do INCRA e da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) declarando grandes áreas de terras no MS (sem função social) para fins de reforma agrária, bem como outras já reconhecidas como terras indígenas e ainda não repassadas às etnias.
A cada dia da marcha, a comitiva acampa em um local amplo e arejado. A penúltima parada foi num terreno no prolongamento da Avenida Guri Marques, em frente da entrada do maior bairro da capital, as Moreninhas.
Ao meio dia de quarta-feira (5), os trabalhadores mantiveram encontro com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, no Jockey Club, próximo da área onde eles estavam acampados.
Além do espaço e do significado superior da Universidade em relação a tolerância de ideias e da livre manifestação, o acampamento em frente da Biblioteca Central da UFMS se deu em função da grande participação de estudantes da instituição compondo a marcha. De acordo com um dos organizadores, o gesto do movimento é em solidariedade e agradecimento aos estudantes universitário na marcha, desde seu inicio.
Homens, mulheres e crianças passam pela rotatória do estádio Morenão e seguem em direção ao gramado em frente à Biblioteca Central da UFMS: Ocupação humanista, pela distribuição de renda
Além da participação dos estudantes na marcha, outro fator é o reconhecimento do SISTA/MS – sindicato que representa os trabalhadores da UFMS – ao movimento humanista em defesa da terra para a reforma agrária, visando a redistribuição de renda, bem como a destinação de terras aos povos indígenas.
A entidade, dentro de seus fóruns de deliberação (congresso, assembleias, seminários, etc) aprovou a auto-determinação dos povos e a distribuição de renda. Dentro deste contexto, o sindicato sempre defendeu a reforma agrária e a soberania dos povos indígenas. Em relação aos pequenos trabalhadores rurais, são eles os responsáveis pela produção para alimentar os brasileiros, já que os grandes produzem para fins de exportação, tanto na agricultura como na pecuária. Em relação aos índios já ficou provado que, historicamente, eles são vítimas dos invasores de suas terras – hoje tidas como nossas – pelos colonizadores europeus que aqui se aportaram em torno do ano de 1.500.