8 de Março de 2019 às 06:42

Mulheres, as mais prejudicadas com a reforma da Previdência

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A proposta de reforma da Previdência é cruel e terrível para todos, pois pretende postergar o momento da aposentadoria, ampliar o tempo de contribuição e reduzir ao máximo o valor dos benefícios. Entretanto, de acordo com a coordenação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e Institutos Federais de Ensino de Mato Grosso do Sul – SISTA-MS, estudos comprovam que essa famigerada reforma afeta mais as mulheres do que os homens.

De acordo com Waldevino Basílio, coordenador geral do sindicato, pela proposta, os homens e mulheres, deverão atingir respectivamente, no mínimo, 65 e 62 anos para conseguirem aposentar-se. Isso é um retrocesso social. “Entretanto, as mulheres deveriam aposentar-se primeiro que os homens não por simples privilégio, mas sim porque elas exercem duplas jornadas, pois trabalham fora e em casa”.

O coordenador geral do SISTA-MS lembra que de acordo com estudos do IBGE, as mulheres gastam semanalmente 20 horas e 30 minutos nos afazeres domésticos e os homens, 10 horas. “É mais que o dobro. Agora multiplique isso por semanas, meses e anos”.

A enfermeira Cléo Gomes, também da coordenação do SISTA-MS  lembra que de acordo com a proposta de reforma, haverá equiparação dos critérios de idade e tempo de contribuição. Assim, as mulheres, professores e trabalhadores rurais perderão os dois requisitos que atualmente os diferenciam para efeito de aposentadoria: idade e tempo de contribuição, afirma.

“O diferencial entre homens e mulheres na Previdência Social é o único mecanismo a reconhecer a divisão sexual do trabalho, que destina às mulheres piores salários, piores condições de trabalho e maiores responsabilidades do trabalho não remunerado”, critica Cléo Gomes.

A direção do sindicato afirma também que atualmente é possível que a pensionista cumule pensão por morte (do cônjuge) com aposentadoria. A proposta de reforma acaba com esta possibilidade. A pessoa deverá optar entre a pensão ou a aposentadoria.

Basílio lembra que de acordo com a Constituição Federal, nenhum benefício previdenciário deve ser inferior ao salário mínimo. Com a reforma, esta regra não se aplicará à pensão por morte, de forma que o (a) pensionista poderá receber valor inferior ao salário mínimo. E se considerarmos as estatísticas de que as mulheres são as maiores beneficiadas com a pensão por morte no Brasil, elas serão as mais prejudicadas;

“Do jeito que isso está na proposta de reforma, haverá no Brasil uma massa de viúvas miseráveis que, se tiverem sorte, dependerão dos filhos para sobreviver com dignidade”, afirma Waldevino Basílio.

Diante desse e de outros pacotes de maldades que estão prontos para serem empurrados “goela abaixo” do trabalhador brasileiro, mais do que nunca a figura o sindicato é de vital importância para lutar contra ameaças dessa natureza, explica a direção do sindicato na tentativa de sensibilizar não apenas as categorias que representa dentro dos campus da UFMS em todo Mato Grosso do Sul, como também da própria opinião pública, que na opinião de Cléo Gomes, precisa “acordar” e tomar posição para que amanhã não se arrependa de sua inércia.

O SISTA-MS afirma que precisa de todos para somar forças na luta contra a aprovação de medidas que vão reger a vida de trabalhadores e trabalhadoras por toda uma vida. “O momento de brigar para mudar é agora. Procure seu sindicato. Participe das reuniões e assembleias que realizamos para tratar desses e de outros assuntos”, apela Basílio.

 
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