6 de Fevereiro de 2017 às 09:47

Mulheres contra a Reforma da Previdência realizam ato na Câmara dos Deputados

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[caption id="attachment_8755" align="aligncenter" width="992"]Para o movimento, “a PEC penalizará ainda mais as mulheres, em especial a negras e as rurais, pois aprofunda as desigualdades entre homens e mulheres” Para o movimento, “a PEC penalizará ainda mais as mulheres, em especial a negras e as rurais, pois aprofunda as desigualdades entre homens e mulheres”[/caption]

Mulheres do movimento "A Previdência é Nossa", representando diversas entidades sindicais, realizaram ato na Câmara dos Deputados, na tarde do dia 01, contra a proposta de Reforma da Previdência. A FASUBRA participou do evento.


O governo quer aumentar o tempo de contribuição das mulheres brasileiras para se aposentar, sem considerar a dupla e tripla jornada de trabalho. Assim, a idade mínima para mulheres adquirirem o benefício passa de 60 anos para 65 anos.


Resistência das mulheres à proposta


O ato foi marcado pela distribuição do manifesto contra a PEC 287/16. O documento contém
argumentos que rebatem as justificativas do governo de instituir uma reforma previdenciária em um país desigual, com intuito de retirar a aposentadoria diferenciada aprofundando abismos sociais e econômicos.


De acordo com o documento, “a idade mínima de 65 anos, com a contribuição de 25 anos, para todos e todas, obriga homens e mulheres a contribuírem até 49 anos para se ter direito à aposentadoria integral”.mulheres-contra-a-reforma-da-previdncia-1


 Desigualdade no campo


“A PEC penalizará ainda mais as mulheres, em especial a negras e as rurais, pois aprofunda as desigualdades entre homens e mulheres, por desconsiderar as diferenças nas atividades no meio rural e as discriminações em relação à raça, gênero e etnia no mercado de trabalho”.


O manifesto justifica que a reforma da previdência exclui trabalhadores rurais, por estabelecer a contribuição individual, sem considerar que na área rural as mulheres vivem cinco anos a menos que os homens, de acordo com dados do Censo Agrícola de 2006, o que aumenta a desigualdade.


As mulheres contra a Reforma da Previdência pontuaram as diferenças sociais que prejudicam mulheres.





  • Mulheres ganham menos que homens de acordo com dados do IBGE (2014), recebem 27% a menos do que os homens e contribuem mais com a previdência do que recebem;




  • Mulheres ocupam postos de trabalho mais precários;




  • Mulheres sofrem mais com a segunda jornada e trabalham mais que os homens.




  •   Segundo o IBGE (PNAD/2014), 90,6% de mulheres realizam tarefas domésticas.




Desigualdade econômica


 De acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial de 2016, se o ritmo de políticas de igualdade de oportunidades entre homens e mulheres se mantiver no Brasil, lavará 170 anos para que o país alcance a igualdade econômica entre mulheres e homens, afirma o manifesto.



O documento afirma ainda, que não é razoável o Estado brasileiro usar como pretexto a instabilidade fiscal, econômica, política e social para propor um modelo de previdência que suprime direitos, igualando homens e mulheres na idade mínima para a aposentadoria.

(Fonte: Fasubra)
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