20 de Novembro de 2015 às 19:12

Mulheres negras: exemplo de luta e resistência

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Novembro – mês da Consciência Negra
Dados estatísticos divulgados pelo governo federal comprovam que, em dez anos, a violência contra as mulheres negras aumentou 54%. No Brasil, onde a população negra é a maior fora da África, as mulheres negras estão na base da pirâmide social, condicionadas às piores condições de trabalho, menores salários, ocupando postos de trabalho mais precarizados e vivendo em lugares sem condições básicas de moradia saudável. As estatísticas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) comprovam, também, que 21% das mulheres negras são empregadas domésticas. Ainda, todos os estudos comprovam que as mulheres negras estão entre os piores índices de indicadores sociais e econômicos do país.
Até mesmo entre os beneficiados pelos programas sociais do governo esta realidade se expressa. Por exemplo, em cada dez casas que recebem o Bolsa Família, sete são chefiadas por mulheres e, destas, em sua maioria por mulheres negras. 

Estas diferenças se materializam ao se constatar que, as mulheres negras recebem menos da metade do salário dos homens brancos e vivem todos os dias em preocupantes condições de vulnerabilidade, em que o risco da violência é constante. Tal resultado foi publicado no Mapa de Violência-Homicídio de Mulheres no Brasil 2015 - A violência tem cor, divulgado recentemente na mídia. 
A estas mulheres cabe a luta diária contra todos os tipos de discriminação e assédio, seja na sociedade ou expresso e destacado pela mídia. É preciso entender que as mulheres negras estão diante de uma realidade desumana e precisam enfrentar cotidianamente o racismo, o machismo e a pobreza. 
Apesar dos pequenos avanços conquistados, ainda são necessárias muitas ações para a mudança desta perversa realidade, como por exemplo, garantir que a Lei 10.639, de 2003, que determina o ensino de história e cultura afro-brasileira, seja de fato aplicada em todas as escolas. A conscientização da importância dos negros para a sociedade, por meio da educação, reforça a luta para vencer as desigualdades em nosso país. 
A história de resistência do povo negro no Brasil e no mundo confirma a luta por valorização, destacando as mulheres negras. Atualmente, estas mulheres tem resgatado sua auto estima e conquistado seu espaço. Entretanto, ainda há muita disputa a ser feita e os movimentos sindicais e sociais estão a cada dia intensificando suas ações neste sentido. Assim, a defesa de políticas públicas que coloquem as mulheres negras trabalhadoras em condições de igualdade é, também, uma tarefa de toda a classe trabalhadora.   
1ª. Marcha das Mulheres Negras
Consciente desta perversa realidade imposta especialmente às mulheres negras, a FASUBRA, que sempre se destacou no papel de organizar e implementar a luta contra o machismo, e, particularmente no caso das mulheres negras, conjugada com o racismo, é que dando continuidade a esta política, fez um chamado às mulheres negras de todo o país para a se unirem, no dia 18 de novembroem Brasília na 1ª Marcha das Mulheres Negras, organizada por diversas entidades representativas de todos os estados brasileiros.
A marcha, que teve como objetivo dar sequência à luta para barrar o racismo, o machismo e a opressão histórica, bem como avançar nas ações que empoderem as mulheres negras e lhes possibilitem conquistar melhores condições de vida, contou com a presença de direção e base da FASUBRA Sindical, entidade que sempre esteve presente nos espaços em que se reivindicam as necessárias condições de cidadania para a classe trabalhadora, que lhes confira dignidade e respeito.


DIREÇÃO NACIONAL DA FASUBRA SINDICAL



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