Sobre a notícia veiculada “Greve de professores e servidores de universidades federais faz três meses” no Jornal Nacional na última sexta-feira, 28 de agosto, a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA) vem a público esclarecer que, não foram publicados os motivos da greve dos trabalhadores técnico-administrativos em educação.
A greve iniciada em 28 de maio é contra o ajuste fiscal do governo federal que causou cortes no orçamento das universidades e Instituições Federais de Ensino na ordem de R$ 9 bilhões, segundo o Ministério da Educação. Atualmente quase metade (47%) do Orçamento Geral da União é destinado ao pagamento dos juros da dívida pública (R$ 978 milhões), de acordo com a Associação Auditoria Cidadã da Dívida. Em 2014 apenas 3,7% foram gastos com educação no Brasil.
Atualmente as instituições sofrem o caos por falta de recursos para manter até mesmo o funcionamento básico, como é o caso da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Corte de energia elétrica, falta de materiais e medicamentos em Hospitais Universitários em todo país, como é o caso do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia que corre o risco de fechar as portas (dívida de R$ 48 milhões).
A carreira dos trabalhadores técnico-administrativos detém o menor piso salarial do funcionalismo público federal. A falta de atenção do governo à pauta de reivindicações da FASUBRA, desde greves anteriores, prejudica o desenvolvimento dos trabalhadores. Destacamos os pontos principais de reivindicação como: a instituição de acordo coletivo Convenção 151 (OIT), data base, reajuste salarial com recomposição das perdas inflacionárias dos últimos anos (27,3%), aprimoramento da carreira com correção de distorções e outros.
O governo federal apresentou uma contraproposta rebaixada de 21,3% parcelado em quatro anos, que não repõe as perdas inflacionárias de 2010 a 2015, e não contempla o índice inflacionária atual de 9,55% (IPCA). Ainda condiciona a negociação das pautas específicas se houver aceitação do reajuste de 21,3%. A FASUBRA em conjunto com o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais, não aceitaram o índice proposto pelo governo.
A FASUBRA retifica que a greve dos trabalhadores é legítima em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade e repudia a falta de informações que podem macular a imagem dos trabalhadores técnico-administrativos em educação, essencial elo entre a sociedade e a universidade.
Assessoria de Imprensa FASUBRA Sindical