A gestão da universidade deve tomar as providências cabíveis no sentido de apurar as denúncias e punir os responsáveis. Um basta!A FASUBRA Sindical vem, por meio desta nota, manifestar seu total repúdio a mais um ato de machismo, racismo e LGBTfobia ocorrido no INTERUFG, torneio esportivo realizado por estudantes da Universidade Federal de Goiás. O torneio, que coleciona denúncias a cada ano, em 2016 foi palco de um ranqueamento de mulheres, de forma extremamente agressiva. O chamado “Regulamento InterUFG 2016” é a reprodução da objetificação da mulher. Mais do que isso, representa ofensa grave aos direitos humanos em um país que ainda convive com números epidêmicos de violência contra a mulher.
Com muita luta da comunidade universitária, foram alcançadas conquistas como a adoção do nome social, a criação da CAF – Coordenadoria de Ações Afirmativas e outros direitos, que tornou a Universidade Federal de Goiás referência nacional no tema. Não é possível deixar que pessoas que não possuem um mínimo de compromisso possam manchar o nome dessa universidade. Além da desvinculação do nome da UFG ao evento, a gestão da universidade deve tomar as providências cabíveis no sentido de apurar as denúncias e punir os responsáveis. Um basta!
Em poucos dias fomos testemunhas de uma sucessão de fatos que, em pleno 2016, atestam o quanto o Brasil precisa avançar na defesa dos direitos das mulheres. Precisamos dizer um basta à cultura de estupro. O estupro coletivo de uma mulher por 30 homens no Rio de Janeiro, com imagens e vídeos compartilhados aos milhares pelas redes sociais, nos dá a prova de que um comercial de uma família homoafetiva consegue chocar mais e mover as pessoas do que um brutal crime de estupro.
Infelizmente ainda não conseguimos conceber tempos melhores, já que o atual ministro da Educação, Mendonça Filho, entusiasta da privatização do ensino público, recebeu essa semana o estuprador confesso em rede nacional, Alexandre Frota, que levou proposta de que se vede a discussão de gênero nas escolas. É uma afronta a quem pensa em uma educação pela diversidade e tolerância: um estuprador confesso, frisa-se, é contra a discussão de gênero e diversidade nas escolas, e é recebido de forma otimista pelo ministro da Educação.
Diante desse cenário, a FASUBRA Sindical considera imprescindível que a administração da UFG tome as devidas providências para não permitir que eventos que, direta ou indiretamente, promovem esse tipo de comportamento manchem o nome da universidade. Da mesma forma, é preciso que a gestão esteja atenta para coibir casos de violência contra a mulher nas dependências da instituição, bem como promover políticas de combate ao machismo, ao racismo e à LGBTfobia, a fim de garantir um ambiente seguro, saudável e livre de preconceitos para toda a comunidade acadêmica.
Direção Nacional FASUBRA Sindical