Vivemos um momento raro, difícil, complexo, cheio de incertezas e de muita dor. Um vírus altamente contagioso, a Covid 19, está matando mais de mil pessoas diariamente, dizimando famílias, destruindo relacionamentos, atacando todas as classes sociais, com maior voracidade as mais pobres e desprovidas de condições financeiras para um bom atendimento médico.
Com a pandemia muitos valores foram colocados à prova. Entre eles, o conflito entre as gerações. Velhofobia! O que é isso? Preconceito contra a pessoa idosa. Triste, mas real. Acontece em todos os lugares, até mesmo dentro da própria família, o que o torna ainda mais doído. Em muitas famílias, ao invés de se comemorar a presença e a participação de um idoso, ou de uma idosa, isso é considerado como um peso, um problema a ser resolvido, jogando as pessoas em asilos, hoje chamados de ILPIs (Instituições de Longa Permanência da Pessoa Idosa). Nestas instituições nem sempre as pessoas são bem tratadas.
Quando falamos em violência contra a pessoa idosa devemos considerar vários aspectos em que isso acontece. São agressões física, moral, espiritual, homofóbica, racista, de gênero, mental, sexual, psicológica, de posição social e, agora em tempos de Covid 19, temos a crítica utilizada até mesmo nas propagandas do governo e em vídeos feitos pela população em geral. Tanto as propagandas, quanto os vídeos, colocam idosos como condenados à morte, enquanto escondem o outro lado da pandemia, que também mata jovens, adultos e crianças.
Um problema sério e pouco discutido é o uso de substâncias psicoativas por pessoas idosas. Isso em decorrência da depressão e da solidão, pelas quais passam. Muitas vezes se agarram a drogas lícitas e ilícitas, como tábuas de salvação. Os resultados podem ser os mais graves, chegando até ao suicídio. Muito triste essa confirmação. Não podemos fechar os olhos para a realidade a nossa volta porque ela acontece.
Com a longevidade aumentada, os problemas também aumentaram. É necessário políticas públicas mais eficazes para essa parcela significativa da população. É preciso mais respeito, mais cuidado, mais atenção e mais amor para com as pessoas idosas e mais sábias, que são os alicerces do mundo e da sociedade em que vivemos.
De acordo com relatos de um grupo de psicólogos online, cresceu muito o número de idosos e idosas que procuram atendimento psicológico nesses tempos de pandemia. As causas são em sua grande maioria a violência doméstica, social e econômica. Um exemplo é o descaso com que são atendidas(os) em redes públicas e privadas de saúde. A começar pela escolha que fazem entre um idoso e um jovem na disputa por um respirador. Nessa disputa o idoso ou idosa, quase sempre é condenado à morte. Alarmante? Não, é real!
Nesse mês de junho, de combate à violência contra a pessoa idosa, a SISTA-MS se solidariza com todas e todos, idosas e idosos, APOSENTADOS E PENSIONISTAS DA UFMS, e reconhece o grande valor que cada uma e cada um tem na construção e na luta por um mundo melhor, mais justo e mais solidário.
Vocês são o orgulho do SISTA-MS!
Coordenação Geral