O anúncio do reajuste de 5% para o funcionalismo federal não repõe sequer a inflação de quase 12% dos últimos 12 meses (e isso pela inflação oficial). Ou seja, não repõe sequer a metade das perdas dos últimos meses, fora a reposição de perdas anteriores acumuladas.
Para o coordenador do Sista/MS, Waldevino Basílio, a proposta é eleitoreira e visa apenas desmobilizar num momento de mobilizações crescentes e com diversos setores do funcionalismo federal entrando em greve.
A intenção original do governo federal era privilegiar com um reajuste maior as forças de segurança, sem nada para o restante. Com a reação negativa, tenta agora apaziguar o funcionalismo com um reajuste linear que mantém as perdas inflacionárias, ou seja perda real do poder aquisitivo do salário.
Já para Cleo Gomes, também da coordenação do Sista/MS, “a estratégia é para desmobilizar a categoria que está caminhando para uma greve geral. Essa esmola não deve parar a luta. Queremos nossa recomposição salarial de 20% mais reajuste, esses 5% não repõe as perdas que tivemos ao longo dos anos e o governo continua fugindo de uma negociação com as entidades representativas da categoria”.
Governo anuncia 5% pela imprensa – Entidades vão aumentar a pressão pela recomposição
O governo anunciou por meio da imprensa e de forma unilateral o reajuste salarial de 5% para todas as servidoras e servidores públicos federais a partir do mês de julho. O anúncio feito nesta quarta-feira (13/04), após reunião do ministro da Economia, Paulo Guedes, no Palácio do Planalto, comprova mais uma vez o total desrespeito do governo Bolsonaro com o conjunto dos servidores que movem o Estado brasileiro. O governo não recebeu nenhuma entidade para fazer o anúncio e sequer comunicou as categorias.
Na avaliação das entidades que compõem o FONASEFE ((Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais), entre elas a FASUBRA Sindical, o governo não só desrespeita o conjunto dos servidores como o índice é insuficiente. Os 5% não representam um terço do que as entidades solicitam como mínimo, que é o índice de 19,99% e que cobre apenas a inflação dos últimos três anos.
Para as entidades, o anúncio de reajuste é uma forma do governo tentar acalmar os ânimos na Esplanada dos Ministérios, já que as categorias têm feito barulho desde o início do ano com a realização de atos tanto em Brasília quanto nos estados pela Campanha Salarial, além da vigília permanente em frente ao Ministério da Economia.
A pressão das servidoras e servidores públicos federais fortaleceu após o governo informar que daria reajuste apenas para servidores das polícias e de agentes penitenciários, servidores estes que são base de apoio de Bolsonaro em pleno ano eleitoral. As categorias não aceitaram o absurdo de apenas alguns setores serem contemplados e construíram uma mobilização unificada para todas e todos.
O FONASEFE decidiu em reunião, nesta quinta-feira (14/04), manter a agenda de mobilizações neste mês de abril, continuar a construção da greve unificada dos SPF e encaminhar ofício ao Ministério da Economia solicitando informações sobre o que foi anunciado na imprensa por parte do governo e a abertura de negociação de fato!
Nas próximas duas semanas a vigília em frente ao Ministério da Economia será reforçada, de terça a quinta, das 11h às 13h. Confira o calendário de atividades do FONASEFE neste mês:
18 a 22 de abril – ações de mobilização nos locais de trabalho e vigília em Brasília;
25 a 29 de abril – jornada de lutas nos estados e reforço da vigília em Brasília;
28 de abril – dia Nacional de Paralisação.
(Com informações do Sista/MS e Fasubra)
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