Sucateamento do setor de radioterapia/oncologia do HU e perseguições aos trabalhadores da UFMS foram reveladas, mais uma vez, na Câmara de Vereadores da capital
Regina Prestes reafirmou declarações e denunciou novas perseguições, em função das denúncias feitas por ela na CPI
As perseguições sofridas pelos trabalhadores da UFMS estão escancaradas para a sociedade. As revelações aconteceram durante sessões da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara de Vereadores de Campo Grande. Os parlamentares investigam a “Máfia do Câncer” que, infelizmente, a UFMS está envolvida e foi motivo de operação da Polícia Federal no Hospital Universitário, denominada “Operação Sangue Frio”. O esquema consistia no sucateamento do setor de radioterapia/oncologia do HU para que os serviços fossem direcionados para uma clínica particular.
As perseguições aos trabalhadores foram denunciadas pela física Regina Borges Prestes Cesar, chefe do setor de radioterapia do HU e filiado do SISTA/MS. Ela disse que, por lutar para que o setor funcionasse bem e atendesse a população, sofreu todo o tipo de represálias por parte da administração e que uma das últimas ofensivas contra ela é uma sindicância, em função da repercussão das revelações nos meios de comunicação sobre o esquema criminoso.
Segundo Regina, as perseguições incluem até ameaças à sua vida e, por isso, chegou pedir proteção à CPI para poder revelar o que ocorria dentro do HU e a missão da administração da UFMS em não intervir nem apurar as irregularidades que estava ocorrendo. “Procurei a Reitoria inúmeras vezes mas sequer foi recebida para informar sobre o esquema”, denunciou a física.
NÃO ESTÃO SOZINHAS Faixa do SISTA/MS estendida na frente da mesa da CPI e presença da direção do sindicato no plenário da Câmara: Solidariedade e repúdio às perseguições
A coordenação do SISTA/MS não admite que seus filiados sejam perseguidos justamente por estarem lutando pelo que é correto. Este sindicato não compactua coma atos criminosos e, por isso, emitiu nota de repúdio contras as perseguições e também de solidariedade à companheiras Regina e Silmar Fátima de Lima, coordenadora do setor de radioterapia, que também depôs na CPI e reforçou as denúncias. Ambas receberam ameaças por não compor o esquema para beneficiar financeiramente pessoas e empresas particulares, via serviço público custeado pelo contribuinte.
PRESENTE NA CPI
Além da emissão da nota, a Coordenação Estadual se faz presente nas sessões (oitivas) da CPI em que as filiadas são depoentes. Sempre firme e em defesa do serviço público de qualidade e contra o esquema criminoso. Em função de contradições nas informações do ex-diretor do HU e a reitora da UFMS, a Câmara solicitou acareação entre os três e a companheira Regina reafirmou as denúncias e revelou mais irregularidades dentro do HU e a omissão da administração.
JOGO DE EMPURRA
Na acareação realizada no daí 4 de julho, os componentes da CPI e a plateia presente ao plenário assistiram a um verdadeiro jogo de empurra entre o ex-diretor do HU e a reitora da UFMS, conforme noticiaram os veículos de comunicação. “Eles subestimam as pessoas, dizendo que não sabem de nada ou fizeram a coisa certa. Uma hora a reitora fala que sabe, na outra não. Mas nós sabemos que quem manda na Universidade é ela e os atos dos subordinados são de sua responsabilidade também”, disse o vereador Coringa, apoiado pelos colegas Alex e Cazuza, também membros da CPI. Também ficou claro que o presidente Flávio Cesar e a relatora Carla Sthepanini também acompanham o pensamento dos demais vereadores. “É triste ver nossa UFMS nesta situação”, resumiu Alex sobre os escândalos de corrupção envolvendo o HU e a reitoria.