29 de Novembro de 2016 às 10:23

Semana da Consciência Negra – técnicos administrativos que se destacaram na FASUBRA

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[caption id="attachment_8499" align="aligncenter" width="640"]Entrevista com JP ex-coordenador da Federação Entrevista com JP ex-coordenador da Federação[/caption]

Neste mês da Consciência Negra, a FASUBRA entrevistou dois ex-coordenadores que fizeram história pela luta do movimento negro dentro da Federação, Jupiara Gonçalves Castro e João Paulo Ribeiro.

Confira a entrevista com João Paulo Ribeiro, mais conhecido como JP, um dos ícones da luta pela igualdade racial dos trabalhadores técnico-administrativos em educação.

João Paulo dos Santos Ribeiro “JP” tem 48 anos, nascido na cidade de Barretos, interior do Estado de São Paulo, entre nove irmãos. Secretário de Serviços Públicos e do Trabalhador Público da CTB e diretor de Assuntos Legislativos da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB) e ex-coordenador da FASUBRA.

O secretário se aproximou mais da questão racial quando praticava capoeira, desde então, entrou para a luta do movimento negro na década de 80. JP também é um dos fundadores do movimento negro em Campinas – SP e próximo ao Movimento Negro Unificado (MNU). “Com a criação da União de Negras e Negros pela Igualdade (Unegro) em 1986 na cidade de Salvador-BA, iniciei a militância no movimento negro”. 

FASUBRA

De acordo com JP, os trabalhadores das universidades estaduais, inclusive a Unicamp, se filiaram à FASUBRA em 1990. O congresso em Curitiba - PR foi a primeira grande construção da Federação referente aos trabalhadores técnico-administrativos negros, “esse seguimento da categoria deveria ter um olhar negro na educação, diferenciado”.

Seguindo o exemplo de reparação na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), “trouxemos para a FASUBRA todo o trabalho que já era feito, vale a pena destacar os companheiros da Bahia, de Juiz de Fora – MG, Viçosa – MG e Pará”.

Assim, a Federação criou o primeiro o núcleo antirracismo ou grupo de trabalho antirracismo. Nessa época, JP lembrou que também atuava na Central Única dos Trabalhadores (CUT), como um dos fundadores da Comissão Nacional de Luta contra a Discriminação Racial, “realizamos vários eventos e a FASUBRA e os nossos sindicatos estavam inseridos”.

Congresso de BH

Para JP, o grande apogeu da construção do movimento negro na FASUBRA foi em 1995, no congresso em Belo Horizonte - MG, “porque antes só se discutia a questão racial e apoiava esporadicamente, os sindicatos tinham dificuldade de montar suas secretarias”.

A partir desse congresso os trabalhadores técnico-administrativos, negras e negros se uniram e chegaram ao ponto de quase romper  com todas as forças políticas. “Se as chapas e as forças políticas que tinham na FASUBRA não nos representasse, e colasse militantes negros dentro da Federação, nós iríamos construir a Chapa Preta”.

Coordenação de políticas sociais e antirracismo

Em um determinado tempo do congresso, JP contou que se tinha a segunda maior bancada negra com trabalhadores solidários à causa. Neste congresso foi instituída pela primeira vez na história da Federação a coordenação de políticas sociais e antirracismo da FASUBRA. “Passamos a ter um espaço de mais destaque na Federação”.

JP lembrou a questão do preconceito de gênero e de todas as questões de discriminação em uma coordenação. Após a ampliação das entidades, os assuntos foram separados em coordenações distintas. “Mas nós fomos pioneiros na luta racial, o que levou também a emancipação de outras coordenações”.

Para o ex-coordenador da FASUBRA, nos últimos 15 anos houve um crescimento acerca do debate étnico racial, porém, não houve política de estado. “O atual governo acabou desmanchando secretarias. Acho que há uma unidade e esperamos voltar a um patamar para que não volte mais a homofobia e o preconceito racial em nosso país”.

Segundo JP, é necessária a organização do movimento sindical e o envolvimento das pessoas para refazer o GT antirracismo, “diante dos ataques e de todas as perdas que estamos tendo agora instituídas pelo governo Temer e consequentemente em todos os governos estaduais e municipais, haja vista agora inclusive a revogação do feirado de 20 de novembro”. Ribeiro destaca a necessidade de avançar na valorização da Consciência Negra para comemorar Zumbi dos Palmares. “Na véspera do seu aniversário estamos vendo muito retrocesso”, disse.
(Fonte: Fasubra)
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