Euclydes Oliveira, da coordenação do SISTA/MS, manifesta apoio aos estudantes durante manifestação na tarde deste dia 11 na Reitoria da UFMS
Estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul estão mobilidades contra o corte de investimentos na assistência acadêmica. Na tarde desta quinta-feira (11), dezenas de acadêmicos se concentram em frente da Reitoria, para cobrar explicações sobre os cortes e exigir da Administração que eles sejam revistos.
A Coordenação Estadual do SISTA/MS apoia a luta dos estudantes. O coordenador Euclydes Oliveira esteve presente na manifestação e expressou a posição do sindicato em relação á luta dos estudantes. “A categoria estudantil participou junto com agente de nossa greve em 2012 e agora estamos retribuindo este apoio, mesmo porque nós técnicos administrativos reconhecemos que a Universidade existe em função dos acadêmicos. Sem estudantes, a instituição não existiria”, pontua Euclydes.
REIVINDICAÇÕES
Os estudantes querem explicações sobre a redução do número de bolsas de assistência estudantil, em meio às denúncias envolvendo a instituição, e um Restaurante Universitário (RU) com o preço mais caro entre as universidades públicas brasileiras – R$ 6,25.
Neste ano, houve uma redução do número de bolsas de assistência estudantil que, entre outras despesas básicas, subsidia a alimentação dos alunos, por meio do RU. Conforme o edital divulgado no dia 3 de abril, serão 1.200 bolsistas para todo Mato Grosso do Sul – 250 em Campo Grande - enquanto, no ano passado, foram 1.500.
Com isso, os alunos que enfrentaram toda a burocracia para conseguir a bolsa nos anos anteriores, correm o risco de ficar sem a verba assistencial em 2013. “Entrei em 2011, e passei o ano todo gastando R$ 300 por mês só com alimentação. No ano passado, consegui a bolsa e foi uma ajuda muito grande, porque, fora a comida, tem aluguel, passe de ônibus, material da faculdade, são várias despesas. Já nesse ano, não sei se vou poder contar com esse auxílio”, conta o acadêmico de engenharia civil, Higor Cirlio, 19 anos.
O processo de seleção para receber o auxílio alimentação foi aberto no dia 26 de março, e o resultado final sai no dia 14 de junho. O edital foi atrasado, neste ano, por causa da greve no ano passado.
"Nós sabemos que existe verba, que deve ser destinada justamente a rotina do aluno na universidade, e eles simplesmente diminuem", reclama a estudante de pedagogia Michaela Tamazoto, 21 anos. A UFMS tem o quarto maior orçamento estadual, que foi de R$ 393 milhões no ano passado.
BOLSAS x COTAS
Outra preocupação dos estudantes é que, neste ano, a UFMS passou a adotar o sistema de cotas para alunos que fizeram o ensino médio em escolas públicas – das 4.115 vagas disponibilizadas no processo seletivo de 2013, 12,5% foram destinadas para estes candidatos.
“Se um aluno vem de escola pública, a probabilidade de que ele venha de uma família carente é muito maior, ou seja, o número de inscritos para concorrer à bolsa esse ano também aumentará”, explica o acadêmico membro da Comissão de Assistência Estudantil, Henrique Nascimento.
RECEBEU
Fato inédito: reitora sai do gabinete e desce para falar com estudantes
A reitoria Célia Maria de Oliveira surpreendeu os alunos na trade de ontem, que esperavam passar a noite na universidade, até que a reitora os atendesse e, cerca de 20 minutos depois do início da manifestação, desceu para conversar com os alunos.
A reitora solicitou que os alunos elegessem cinco representantes, um de cada curso, que seriam autorizados a subir para apresentar as solicitações. Ela se recusou a falar com a imprensa. “Só falo depois que souber exatamente o que os alunos querem”, disse.
“Ela deve estar com muito medo para ter descido, isso nunca acontece”, disse o acadêmico de letras Marcelo Gonçalves, 22 anos.
SISTA ESPERA
A Coordenação Estadual do SISTA também está na expectativa de ser recebida pela Administração da UFMS. O sindicato tem encaminhado solicitação de audiência com a reitora desde 2012 e, passados mais de 6 meses, somente nesta semana foi confirmada uma reunião para o dia 23 de abril.
O sindicato tem uma série de encaminhamentos e questionamentos para fazer à Reitoria e aguarda com expectativa a reunião do dia 23. Uma das preocupações é a cobrança dos 47,94% na folha salarial dos técnicos da UFMS e também perseguições contra dirigentes do SISTA/MS.
(Fonte: Assessoria de Comunicação SISTA/MS com Midiamax.com.br/Zana Zaidan)
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