Sobre a notícia veiculada no Bom Dia Brasil na última quarta-feira, 09 de setembro, relativa ao tema “Greve de universidades causa prejuízos ao comércio e a estudantes”, e a crítica sobre a greve no editorial do jornal Folha de São Paulo de hoje, 11, a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA) vem a público esclarecer que, na matéria, os trabalhadores em greve não foram ouvidos e não foram publicados os motivos do movimento paredista, contrariando um dos princípios do jornalismo, que é a imparcialidade.
A greve, iniciada em 28 de maio, é contra o ajuste fiscal do governo federal que trouxe cortes no orçamento das universidades e Instituições Federais de Ensino na ordem de R$ 9 bilhões, segundo o Ministério da Educação. Atualmente quase metade (47%) do Orçamento Geral da União é destinado ao pagamento dos juros da dívida pública (R$ 978 bilhões), de acordo com a Associação Auditoria Cidadã da Dívida. Em 2014, apenas 3,7% foram gastos com educação no Brasil.
Atualmente, as instituições sofrem o caos por falta de recursos para manter até mesmo o funcionamento básico, como é o caso da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Corte de energia elétrica, falta de materiais e medicamentos em Hospitais Universitários em todo país, a exemplo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia que corre o risco de fechar as portas, por causa da dívida de R$ 48 milhões com fornecedores.
A carreira dos trabalhadores técnico-administrativos detém o menor piso salarial do funcionalismo público federal. A falta de atenção do governo à pauta de reivindicações da FASUBRA, desde greves anteriores, prejudica o desenvolvimento dos trabalhadores. Destacamos os pontos principais de reivindicação como: a instituição de acordo coletivo por meio da Convenção 151 (Organização Internacional do Trabalho), de suma importância para evitar greves, data base, reajuste salarial com recomposição das perdas inflacionárias (27,3%), aprimoramento da carreira com correção de distorções e outros.
O governo federal apresentou uma contraproposta de reajuste 21,3%, parcelados em quatro anos, que não repõe as perdas inflacionárias de 2010 a 2015, e não contempla o índice inflacionário atual de 9,55% (IPCA). Ainda, condiciona a negociação das pautas específicas à aceitação do reajuste de 21,3%. A FASUBRA, em conjunto com o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais, não aceitou o índice proposto pelo governo.
A FASUBRA retifica a matéria veiculada pelo Bom Dia Brasil no sentido de que há motivos para a greve dos trabalhadores técnico-administrativos e, ratifica que esta greve é legítima em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade, repudiando a falta de informações que podem macular a imagem dos trabalhadores técnico-administrativos em educação, essencial elo entre a sociedade e a universidade.
Assessoria de Imprensa FASUBRA Sindical