O sucateamento das universidades públicas brasileiras devido à falta de investimentos financeiros do Governo Federal e os ataques constantes de órgãos de controle como Ministério Público, Controladoria Geral da União e Advocacia Geral da União, que dificultam o bom andamento das universidades (públicas), além da falta de uma melhor remuneração dos trabalhadores dessas instituições de ensino, como a UFMS em Mato Grosso do Sul, são alguns importantes assuntos que estão sendo discutidos esta semana durante o XXIII Congresso Nacional da FASUBRA Sindical (CONFASUBRA), em Poços de Caldas-MG.
No encontro que começou dia 6 e termina amanhã (11), está presente uma delegação de Mato Grosso do Sul, composta por 20 representantes sindicais do SISTA-MS (Sind. dos Trab. em Educação da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e Institutos Federais de Ensino de MS).
“Esse congresso é muito importante para discutirmos os problemas nacionais e para traçarmos metas de lutas para revertermos essas questões que vão em desencontro aos anseios dos trabalhadores”, afirmou Waldevino Mateus Basílio, Coordenador geral do Sista-MS.
Basílio informou que infelizmente existe hoje em todo Brasil um contingenciamento muito grandfe de recursos para as universidades públicas, fazendo com que os reitores façam verdadeiros malabarismos para tocar as universidades, inclusive em Mato Grosso do Sul. “As universidades são obrigadas a terceirizar serviços já que ela não pode contratar pessoal e acaba não pagando os terceirizados, provocando um verdadeiro caos na universidade”, explicou o coordenador.
Os congressistas de todo Brasil também discutem a interferência dos órgãos de controle como Ministério Público e Controladoria e Advocacia Geral da União, que promovem verdadeiros ataques às universidades em todo Brasil, extrapolando suas funções, procurando não só com relação aos gastos das instituições como até no “pensamento” da universidade, na parte pedagógica, procurando intervir até no que a instituição pode ou não ensinar. “Esse estado de coisas precisa acabar”, reclama Basílio.
Além do coordenador geral, o SISTA-MS enviou para o XXIII CONFASUBRA os seguintes membros da diretoria: Ana Maria da Silva, Adilson Costa Oliveira, Juarez Rodrigues Ferreira, Emídio Carlos da Silva de Oliveira, Antônia Margarida Pinheiro Lima e Euclídes José de OIiveira Junior.
MOMENTO ÚNICO - Para Rogério Mazola, coordenador geral da FASUBRA, o momento é único pois as universidade tem sido alvo de ataques. “Vivenciamos um golpe, construímos três greves na últimas gestão, em 2015 para um acordo salarial, em 2016 contra a PEC 55, do congelamentos dos gastos, e em 2017 para retomar as negociações e contra a reforma da previdência. A Categoria tem atendido o chamado e nossa base produziu uma luta enorme como nenhuma outra foi capaz.” Segundo ele, é necessário que a FASUBRA se uma a outras Categoria do setor da Educação e do Serviços Públicos para enfrentar a conjuntura atual.
Representando a Andes, o Reitor da Universidade Federal de Alfenas, Sandro Amadeu Cerveira, saudou os participantes e reafirmou a importância da unidade na luta dos setores da Educação. “Temos que nos unir pela pauta da universidade pública de qualidade e pela democracia, pois ambas atacadas de forma vil e cruel em nosso país. Temos universidade públicas eficientes, que tem um papel social, que atende estudantes carentes e produz a maior parte do conhecimento científico deste país. O relatório do Banco Mundial não condiz com a realidade”.
Falando em nome da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), João Paulo Ribeiro, disse estar vivendo uma das piores épocas das universidade públicas do Brasil. “Nem mesmo a ditadura, os fascistas e direitistas atacaram com tanta brutalidade e repressão as universidades. Estamos num momento em que caminhamos para não podermos mais realizarmos um Congresso como este. Temos que construir uma unidade e nos mantermos juntos para retomar o poder e nossos direitos”, discursou.
Pela Intersindical, Gabriel de Freitas, relembrou as lutas da Federação contra a PEC da Morte e contras a reforma da Previdência. Mesmo diante de um conjuntura ruim ele acredita que a unidade pode superar as dificuldades. “O golpe não era apenas tirar a presidenta Dilma, era vender a Eletrobrás, retirar direitos e acabar com a soberania. Sem a classe unida será difícil enfrentar esta conjuntura. Precisamos da unidade para defender os trabalhadores e as universidades”.