Docentes também pararam as atividades em 23 universidades e um instituto, segundo Andes.
Dirigentes da Fasubra e membros do CNG com o presidente da ANDES, durante coletiva de imprensa, na sede do sindicato dos docentes em Brasília
A greve de professores de ensino superior iniciada no dia 28 de maio já afeta 23 universidades federais de 17 estados e o Instituto Federal do Piauí até a manhã de quinta-feira (11), segundo dados do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN).Os sindicatos afirmaram nesta quinta que o Ministério da Educação (MEC) ainda não apresentou uma proposta para acabar com a greve. O ministério informou que as negociações estão em andamento e que a greve foi marcada sem um diálogo mais amplo sobre as demandas.
Professores e técnicos são contra cortes feitos pelo governo federal no orçamento das instituições e a infraestrutura ruim dos locais de ensino. Eles pedem ainda reajuste salarial, reestruturação da carreira, garantia da autonomia e do caráter público das universidades e mais investimentos para a educação.
As entidades disseram que foram protocolados 13 ofícios para o governo federal a fim de tratar das demandas somente neste ano, porém, não obtiveram respostas.
O presidente do Andes-SN, Paulo Rizzo, afirma que um acordo feito em 2012 não foi cumprido. "Eles alegam que não têm compromisso com o acordo porque ele era do governo anterior. Caracterizamos que o governo rompeu as negociações. Diversas reuniões também foram canceladas, pois os responsáveis do MEC não apareceram. Só nos três primeiros meses do ano houve um corte de R$ 7,5 bilhões nas universidades. Aconteceu a suspensão do pagamento de terceirizados, de bolsas. Isso comprometeu a qualidade acadêmica."
Além dos professores, sindicatos locais que representam os técnicos-administrativos aderiram à greve em 58 universidades e em quatro institutos federais, de acordo com a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas (Fasubra).
Ministério critica greve sem diálogo
O Ministério da Educação informou que recebeu as entidades representativas, mas a greve foi decidida sem que houvesse um "amplo diálogo" apesar da vontade do governo em se discutir as demandas. "Desde o início elas já informaram ter data marcada para a greve", informou o ministério. A pasta também ressaltou que em 2015 os professores já obtiveram reajuste devido a um acordo de 2012.
O Ministério do Planejamento afirmou que as negociações continuam em andamento e que elabora uma contraproposta que deverá ser apresentada ainda em junho. Para o coordenador geral da Fasubra, Rogério Marzola, o governo já havia afirmado em reuniões que contrapropostas poderiam ser apresentadas até agosto, data considerada "inadequada" pelos professores e técnicos.
"O prazo está acabando. Temos de acabar as negociações no primeiro semestre. Não queremos um segundo reajuste em 2015. Se for até agosto, as datas para definições na Lei Orçamentária vão se extinguindo e só poderemos fazer revisões para 2017. O governo só está nos enrolando."
Marzola reclamou da lentidão do governo e da falta de um porta-voz único para fazer as negociações. "Eles só falam que fazem encaminhamentos e mandam para outras esferas fazerem a negociação. O Ministério do Planejamento fala que faz estudos, mas eles nunca acabam. Cada um joga para o outro e nada se resolve. Temos faculdades tendo de fechar por falta de condições sanitárias e de segurança."
Em relação ao prejuízo causado para os estudantes, Rizzo falou que eles sofrem com a situação precária das universidades e que as aulas já estavam comprometidas. "A universidade, se não parasse pela greve, ia parar pela inanição, por falta de recursos. Não gostaríamos de fazer greve, gostaríamos que houvesse recursos para as universidades. O tempo da greve vai depender do governo."
LISTA DE LOCAIS COM TÉCNICOS EM GREVE
Abaixo, relação divulgada pela Fasubra:
1. Universidade Federal do Acre2. Universidade Federal do Amazonas3. Universidade Federal de Rondônia4. Universidade Federal do Tocantins5. Universidade Federal do Pará6. Universidade Federal do Oeste do Pará7. Universidade Federal Rural da Amazônia8. Universidade Federal do Sul e do Sudeste do Pará9. Universidade Federal do Amapá10. Universidade Federal do Piauí11. Universidade Federal da Paraíba12. Universidade Federal de Campina Grande13. Universidade Federal do Rio Grande do Norte14. Universidade Federal Rural do Semi-Árido15. Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira16. Universidade Federal de Alagoas17. Universidade Federal Rural de Pernambuco18. Universidade Federal de Pernambuco19. Universidade Federal da Bahia20. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia21. Universidade Federal do Oeste da Bahia22. Universidade Federal do Sul da Bahia23. Instituto Federal da Bahia24. Universidade Federal de Sergipe25. Universidade Federal do Maranhão26. Universidade de Brasília27. Universidade Federal de Goiás28. Instituto Federal Goiano29. Universidade Federal do Mato Grosso do Sul30. Universidade Federal de Mato Grosso31. Universidade Federal da Grande Dourados32. Universidade Federal do Espírito Santo33. Universidade Federal de Juiz de Fora34. Universidade Federal de Viçosa35. Universidade Federal de Uberlândia36. Universidade Federal do Triângulo Mineiro37. Universidade Federal de Minas Gerais38. Universidade Federal de Itajubá39. Instituto Federal de Minas Gerais40. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais41. Universidade Federal de São João del-Rei42. Universidade Federal de Ouro Preto43. Universidade Federal de Lavras44. Universidade Federal Fluminense45. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro46. Universidade Federal do Rio de Janeiro47. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro48. Universidade Federal do ABC49. Universidade Federal de São Carlos50. Universidade Federal de São Paulo51. Universidade Federal da Integração Latino-Americana52. Universidade Tecnológica Federal do Paraná53. Universidade Federal do Paraná54. Universidade Federal de Santa Catarina55. Fundação Universidade Federal do Rio Grande56. Universidade Federal de Pelotas57. Universidade Federal do Rio Grande do Sul58. Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre59. Instituto Federal do Rio Grande do Sul60. Universidade Federal de Santa Maria61. Universidade Federal da Fronteira Sul62. Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri Ao todo, 23 de 24 entidades cujos professores estão em greve também estão com os técnicos parados.
LISTA DE LOCAIS COM PROFESSORES EM GREVEAbaixo, relação divulgada pelo Andes-SN:1. Universidade Federal do Acre2. Universidade Federal do Amazonas3. Universidade Federal do Amapá4. Universidade Federal Rural da Amazônia5. Universidade Federal do Pará6. Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará7. Universidade Federal do Oeste do Pará8. Universidade Federal de Rondônia9. Universidade Federal do Tocantins10. Universidade Federal do Mato Grosso do Sul11. Universidade Federal Rural do Semi-Árido12. Universidade Federal de Alagoas13. Universidade Federal de Sergipe14. Universidade Federal da Paraíba15. Universidade Federal da Bahia16. Universidade Federal do Oeste da Bahia17. Universidade Federal do Maranhão18. Universidade Federal de Campina Grande (campi Patos e Cajazeiras)19. Universidade Federal de Mato Grosso20. Universidade Federal de Goiás (campus Jataí)21. Universidade Federal da Grande Dourados22. Universidade Federal Fluminense23. Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri24. Instituto Federal do Piauí
(Fonte: G1)