25 de Junho de 2015 às 11:20

TRABALHADORES DA UFMS E DO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL NAS RUAS E NO CORAÇÃO DA CIDADE

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 Os trabalhadores da Universidade Federal de MS deram mais uma demonstração de união e de luta por melhores condições de trabalho e salário. Eles se uniram às demais categorias do serviço público federal para um ato conjunto "no coração da capital", que é a Praça do Rádio Clube e, em seguida, percorreram trechos das principais ruas do centro de Campo Grande.
 A manifestação aconteceu na manhã desta quinta-feira, dia 25 e a caravana dos técnicos da UFMS fez a diferença na passeata da luta. Portando bandeiras e muitos com camisetas caracterizadas, os técnicos mostraram a cara na greve e pediram o apoio da população para o movimento de paralisação.
 Durante o trajeto, os trabalhadores entregaram uma carta aberta à população, explicando os motivos da paralisação e mostrando que o movimento é em defesa, acima de tudo, da educação pública brasileira.
(Fotos: Elvio Lopes)
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PANFLETO ENTREGUE PARA A POPULAÇÃO DURANTE A MANIFESTAÇÃO

(LADO 1)
GREVE DA UFMS DIMINUI SERVIÇOS, MAS NÃO FECHA LEITOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
- Os trabalhadores do Hospital Universitário (NHU/UFMS) esclarecem à população que o movimento grevista não é o responsável pelo fechamento de leitos e nem pela suspensão de cirurgias nesta importante e estratégica unidade de saúde.
- Somos conscientes da importância do HU para o atendimento da população e jamais trabalharíamos contra a prestação de serviços e seu atendimento social. Além de ser um Hospital-Escola  o HU é, também, a esperança de tratamento e cura para milhares de pessoas.
- Reiteramos que o movimento de paralisação não é o responsável pelo fechamento de leitos. A greve implica, sim, na diminuição da força de trabalho dentro das unidades hospitalares, mas jamais fechar leitos que, para muitos, é de sobrevivência e esperança.
- Afirmamos também que o problema de fechamento de leitos é de gestão e desvios, fatos comprovados e, inclusive, alvos de operação da Polícia Federal.
O sucateamento do nosso HU só aumentou nos últimos anos e não foi provocado pelos trabalhadoresA má gestão e os desvios de milhões de reais deixaram o hospital doente, ocasionando a falta de manutenção nos equipamentos e nos prédios; falta de concursos públicos para suprir mão-de-obra; falta de medicamentos; de material de higienização; e a ausência de locais apropriados para pacientes com infecções graves.
- A EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) - criada pelo governo para gerir os hospitais universitários - assumiu o HU da UFMS há mais de um ano. O objetivo da transferência de gestão era para melhorar a qualidade dos serviços, mas o que se vê é que ela não resolveu estes problemas antigos, pelo contrário, tem colaborado para sua piora.
Por fim, informamos que a suspensão das cirurgias eletivas e o fechamento de mais de 50 leitos foram decisões tomadas ANTES DA GREVE pela direção do HU. Qualquer outra informação diferente é mentira e uma tentativa de jogar a população contra os trabalhadores.
Por isso, solicitamos a compreensão de todos neste nosso momento de luta por melhores condições de trabalho e salário. O objetivo de nossa reivindicação é ter dignidade para continuar prestando um serviço de qualidade à comunidade, que é o nosso maior compromisso.

(LADO 2)
CARTA ABERTA À SOCIEDADE E AOS PARLAMENTARES
Somos Trabalhadores (as) Técnico-Administrativos em Educação (TAE) das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), atuando como recepcionistas, vigilantes, enfermeiros, jornalistas, administradores, engenheiros, assistentes em administração, secretários, cozinheiros, farmacêuticos, médicos, odontólogos, motoristas dentre diversas outras profissões. 
Desenvolvemos nossas atribuições com responsabilidade e compromisso e exigimos respeito! Após as greves de 2007 e 2011 fechamos termos com o governo onde houve o seu comprometimento em construir, com o conjunto dos TAE, uma negociação para a nossa pauta que teria início, meio e fim, ficando o último acordo com data limite para sua conclusão em 30 de março de 2012. 
Esses acordos não foram cumpridos pelo governo. O mês de março passou e infelizmente não foi apresentada nenhuma proposta para a categoria, de mais de 180 mil trabalhadores, que já se encontra há cinco anos (desde a greve de 2007) discutindo a carreira com o governo e há dois anos sem reposição salarial. 
Para demonstrar disposição em negociar, concedemos um adiamento do prazo para finalização das negociações para o final de maio, que poderia resultar num Termo de Acordo entre as partes. Lamentavelmente, até a presente data, o governo segue dizendo que não tem condições de apresentar uma contraproposta. 
Nesse contexto, ficou insustentável para a categoria tanto adiamento e descaso por parte do governo na mesa de negociação. O entendimento dos Técnico-Administrativos das IFES é que o único caminho a ser seguido nesse momento é a construção de um forte movimento paredista. A FASUBRA (Sindicato de Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras) está em greve desde o dia 11/06 e o SINASEFE (Sindicato Nacional dos Servidores Federais) desde o dia 13/06, somando-se à greve dos professores que está em curso desde o dia 17/05. 
Com o advento da carreira (Lei 11.091/05), conquistamos uma identidade e definições do papel do trabalhador Técnico-Administrativo nas IFES. Atuamos na pesquisa, na extensão e no ensino, integrando, portanto, toda a missão constitucional e indissociável das Universidades. O conjunto dos TAE possui um papel importante no cumprimento da missão da Universidade enquanto instrumento de desenvolvimento e transformação social. 
Nosso fazer é um dos pilares do processo de expansão que as IFES vêm passando nesse momento. Investir em carreira, salário e condições de trabalho dos Técnico-Administrativos também é investir em educação! É com essa compreensão que exigimos do governo que abra imediatamente as negociações efetivas com os Técnico-Administrativos das IFES, bem como achamos muito importante que o governo negocie, com resolutividade, com o conjunto do funcionalismo público que está em campanha salarial unificada. 
Foram realizadas nesse ano oito reuniões na mesa de negociação geral entre o governo e o fórum de entidades e, até agora, infelizmente não há por parte do governo disposição para definir uma data base e uma política salarial para o conjunto do funcionalismo, bem como regulamentar a negociação coletiva para os trabalhadores do serviço público. 
O argumento da crise econômica mundial, em especial na Europa, e que ainda não chegou com força na periferia do mundo, não pode ser usado como desculpa. O governo tem tido arrecadações recordes e nos dois últimos anos o PIB teve crescimento. É preciso que o funcionalismo público e o conjunto dos trabalhadores sejam contemplados com o crescimento das riquezas de nosso país, mudando a lógica atual. É preciso ainda uma mudança na política econômica do governo, desonerando os trabalhadores e tributando o mercado financeiro, os especuladores e as grandes fortunas. 
Ainda que a crise econômica chegue por aqui, os trabalhadores e os usuários dos serviços públicos não aceitam pagar o preço dessa conta. Que os ricos e poderosos desse país paguem por essa crise! A pauta de reivindicação foi posta de forma objetiva para o governo, priorizando aumento no piso salarial de forma emergencial, para, em seguida, avançar nas negociações de aprimoramento da carreira. Negociação já para os Técnico-Administrativos das IFES!

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