Com cerca de mil delegados representando os técnico-administrativos em educação das universidades brasileiras, teve início na tarde desta terça-feira (10) o XXI Confasubra, evento que acontece em Poços de Caldas (MG), onde será discutido o tema Trabalhadores das IES na Luta em Defesa e Valorização dos Serviços Públicos e dos Movimentos Sociais.
A mesa de abertura foi composta pelos membros da coordenação da Fasubra, Léia de Souza Oliveira, Paulo Henrique dos Santos e Rolando Malvásio Júnior. A Central Única dos Trabalhadores foi representada por Pedro Armengol; a Central dos Trabalhadores do Brasil pelo dirigente Carlos Rogério Nunes, a CSP-Conlutas por Paulo Barella, e a Intersindical por Bernadete Menezes.
Pedro Armengol, da CUT, saudou os presentes e destacou que o congresso ocorre no momento em que a Educação está como foco principal da ação do Governo Federal. "Temos certeza que com a sabedoria desse universo de trabalhadores e trabalhadoras, a Fasubra vai sair muito mais preparada para enfrentar uma conjuntura adversa com crise mundial, que tem provocado um ataque aos serviços públicos, aos aposentados. Ou seja, pautas que são negativas para os trabalhadores, e que só a unidade de todos pode combater, para construir o projeto democrático dos trabalhadores", defendeu Armengol.
Para Bernadete Menezes, da Intersindical, é fundamental a realização do XXI Confasubra, quando o Governo Federal pretende o congelamento dos salários através do PL 549, privatizou os hospitais universitários através da criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH-, e a previdência pela aprovação do PL 1992, que institui a previdência complementar e o Funpresp. "A unidade dos trabalhadores deve ser na luta. A classe dos servidores públicos, não pode engolir o posicionamento do governo de não valorizar o servidor. Precisamos dar uma resposta duríssima ao nosso governo, precisamos enfrentar aqueles que querem retirar nossos direitos", conclamou.
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Vista parcial dos delegados no centro de convenções de Poços de Caldas |
Paulo Barella, da CSP-Conlutas, lembrou a luta - greve - que a categoria implementou no ano passado ao enfrentar a conjuntura que o governo tem estabelecido no país. Reconheceu que a crise econômica aprofundou os problemas econômicos do Brasil, cujo governo anunciou cortes no orçamento que resultaram em arrocho para o trabalhador, mas afirmou que é injusto que problemas não gerados pelos trabalhadores tenham que ser pagos pelo funcionalismo. "Por isso, temos que sair desse congresso dizendo que não dá para ter confiança em quem ataca os direitos dos trabalhadores, privatiza a saúde e a educação", afirmou Barella.
Carlos Rogério Nunes, da CTB, saudou os participantes do Congresso, as entidades sindicais presentes e ressaltou a importância do tema a ser debatido pelos TAEs no Confasubra. Ele defendeu a ampla mobilização dacategoria para barrar os setores reacionários do capital financeiro. "Independente da leitura política que tivermos da conjuntura devemos cobrar desse governo uma proposta justa para a classe trabalhadora", disse. Ele destacou a importância das resoluções desse congresso para a conquista das vitórias futuras e conclamou a unidade na luta.
Pela coordenação geral da Fasubra, Paulo Henrique afirmou que a democracia tem sido uma marca constante nas ações da Federação e que espera que neste congresso se consiga trazer a tona toda a essência desse debate desmistificando algumas questões e consolidado um processo de proposta. Para o coordenador geral, é preciso que a Fasubra seja o catalisador da movimentação da base da categoria na construção da unidade. "Se somos uma categoria e se temos como patrão o capital, temos que traçar um plano para encaminhar a luta da categoria", disse.
Rolando Malásio Júnior, também coordenador-geral da categoria, fez um resgate histórico das perdas dos trabalhadores nos governo dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio da Silva e apontou o caráter privatista dos dois que, segundo ele, é um resquício do governo FHC agora retomado pelo Governo Dilma, e que já chegou nos hospitais universitários e à previdência do servidor, e também conclamou a categoria a unir-se em prol da manutenção dos direitos. "Espero que façamos a unidade na luta, hoje, amanhã e depois para dar uma resposta contundente ao governo sobre as reivindicações, porque os recursos que deveriam suprir nossas demandas estão indo para o bolso dos banqueiros e empresários" criticou.
Por último, a coordenadora-geral da Fasubra, Léia de Souza, saudou a categoria e disse que a unidade que a Fasubra chama é a dos que já estão na luta. Para ela, a luta não se faz apenas em momentos de congresso, de plenária, de caravana. "Eu quero ver aquele dirigente que vem para Brasília, num momento de conjuntura adversa",
provocou.
Segundo Léia, o Confasubra ocorre em um momento muito difícil de crise econômica, mas a expectativa é que a categoria elabore o plano de lutas para instrumentalizar as ações da Federação do próximo período, apesar das divergências. "Aqui é nossa oportunidade de fechar estratégias para elevar nosso piso salarial, para manter a paridade,
para garantir a quem entra na carreira os direitos dos técnico-administrativo os mesmos direitos que têm os companheiros mais antigos no serviço público. Para fazer isso nos temos que nos unir", conclamou a sindicalista.
Por fim Léia conclamou todas as forças políticas a analisar o contexto político econômico e defendeu a negociação coletiva, a luta pela reposição dos índices inflacionários, e a construção de um dia nacional de luta para mostrar ao governo a força dos técnico-administrativo sem educação das universidades brasileiras, bem como de todos os servidores.(Fonte: Fasubra Sindical)